38. Donnie Darko e Frank (o coelho demoníaco) a visionarem Evil Dead
Donnie Darko (2001) é um filme difícil de definir mas, após apenas cinco minutos de visionamento, fica claro que não estamos perante um daqueles típicos filme de terror com e para adolescentes que podemos assistir mesmo durante períodos de inactividade cerebral e, ainda assim, adivinhar, desde o início, todos os desenvolvimentos do enredo. Este filme de Richard Kelly é original e tem um toque negro e retorcido que o torna, na minha opinião, num filme a ter em conta. Basta referir que o enredo gira à volta de viagens no tempo e universos paralelos para perceber que há um elemento surreal na história mas o argumentista/ realizador não deixa que as personagens sejam meras caricaturas inseridas neste contexto e procura dar-lhes uma abordagem realista (o realismo é aqui um conjunto de disfunções pessoais e inadaptações sociais). Donnie Darko (Jake Gyllenhaal) é o mais improvável dos heróis acompanhado por um conjunto de personagens equilibrado.
As cenas mais óbvias para classificar como memoráveis seriam, sem dúvida, as contidas nos minutos finais do filme. Pessoalmente também gosto particularmente das cenas que envolvem o moralista Jim Cunningham (Patrick Swayze). Mas resolvi escolher a cena em que Donnie Darko e Frank (o coelho demoníaco que não é bem o que parece à primeira vista) conversam durante o visionamente do mítico filme Evil Dead, de Sam Raimi. É uma cena em que ambos conversam de forma descontraída e que marca o início do fim. Ficamos com a sensação que é esta conversa, que são as revelações que dela surgem, que marcam o ultrapassar da fronteira. Enquanto Evil Dead é projectado, distorcido pelo aparecimento dum túnel temporal, Donnie e Frank conversam com a plena noção que o destino está marcado. Este momento ganha ainda mais peso após sabermos o conjunto de acontecimentos que resulta na presença de Frank na vida de Donnie Darko.
P.S. Quero destacar ainda a excelente banda sonora que acompanha as cenas deste filme.
4 comentários:
Grande Ricardo!
Confesso que já tinha saudades de ler um "post" teu, pelo que desde já dou as boas vindas a Vossa Exa. ao maravilhoso mundo da "blogosfera", após o período sabático, eh, eh, eh! Um retorno que se sauda vivamente!
Quanto ao filme confesso, embora não sendo o meu género predilecto, que está eivado de boa qualidade. E sim, a banda-sonora é muito boa (mas nada que se compare ao vídeo que postei hoje no meu espaçozeco, eh, eh, eh - vai lá ver e perceberás verdadeiramente o que é ironia)!
Grande abraço!
Grande, grande filme. Completamente contra-convencional. E totalmente inesperado.
E já agora, para quando uma cena do Evil Dead? :))
Abraço e um excelente 2008, Ricardo.
É um grande filme. Já o vi... sei lá quantas vezes e continuo assombrado com a sua densidade e complexidade. É, de facto, único na sua essência.
Uma jóia!
Grande filme. Gostei!
Se gostas do género, recomendo que vejas "O Maquinista", é muito bom!
Abraço
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